- E você? O que conseguiu entender nesses 8 anos? - perguntou
- Olha – disse ele com aqueles olhos que não haviam mudado NADA- durante esses 8 anos, não sei. Mas hoje, quero dizer, agora, eu entendo tudo o que não aconteceu nesse tempo.
E rindo ele acendeu o primeiro cigarro da noite.
A princípio foi difícil. Aqueles olhos que não haviam mudado nada estavam novamente diante dela. Com o passar das horas se encontraram nos lugares mais improváveis de suas semelhanças. Ele era um homem. Ela uma mulher e sobre a estreita mesa que os separavam em anos de distância estava um mapa de desilusões...
Ainda que suas dores o tivessem ensinado a baixar o tom de sua voz, ele seguia falando alto e tentando gritar para a Vida que ele era mais forte que ela. Uma vez ele sonhou o mundo.
Uma vez ela acreditou em cada palavra dele. Hoje ela só pode dizer que o amou. Porque finalmente o entendeu.
- Eu acho que sigo sonhando meus sonhos mais velhos!
- Um brinde a isso...
E compartilharam a risada estrondosa e sincera selando um momento eterno, assim como o amor deles.
Dedico aos ares (misteriosamente mais frios que o normal) desse segundo Abril solitário que sopraram de volta um amor pra toda a vida. E a ele que, mesmo que eu tentasse, não poderia descrevê-lo, tamanha alegria que sinto de tê-lo novamente por perto.
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