o vestido verde-lua da mocinha, tão jovenzinha, se elevava com o vento e por baixo daquele tecido via-se perfeita e rígida a tristeza por acenar um adeus tão longo ao amado...
e o amado ia com a vida nas costas a buscar nuvens perdidas por aí. Mas pelo menos teve tempo de esconder a cabeça quando a primeira lágrima banhou seus cílios compridos.
ele nunca mais voltaria.
ela nunca mais o amaria como naquele dia.
Então, choveu leques de inverno.
sábado, 26 de junho de 2010
sexta-feira, 18 de junho de 2010
terça-feira, 8 de junho de 2010
parece que foi ontem
Sim, nós celebrávamos! Celebrávamos como há muitos alvos amanheceres... E dentro daquele meu coração eu guardava infinitos grãos de areia roubados de uma praia que mais me parecia o chão de uma imensa catedral de adeuses.
Foi quando diante de mim pousou ( como dois soturnos gatos perdidos e confundidos com a transparência da noite fria e condenada a durar muito menos do que para sempre) um par de olhos que me segredaram em mudos gritos que o tempo é como uma pequena bolinha de gude: na infância você briga por elas, na maturidade você apenas as aprecia e na velhice, quando finalmente pode gozar de brincá-las já não mais as consegue enxergar.
Lá no fundo de minha eterna solidão estava a surpresa. E ele me olhava e me repetia sons sobre o amor. E o amor nos beijou e abraçou até a voz da aurora calar a noite e nos levar ao fim dos tempos ao som de uma certa canção que já não nos lembrávamos mais de algum dia ter ouvido.
E aquele abandono repentino e com perfume de eterno deu ao último beijo um amargo gosto de tempo perdido.
-Parece que foi ontem – alguém disse
E adormeci em seu colo de despedida.
Assinar:
Postagens (Atom)