quinta-feira, 18 de junho de 2009

O Abraço

Adianto-me para a porta. Ao abrir encontro um jardim.
Onde esta você?
Estou aqui dentro dessas rosas. Escute-me atentamente. Eu sou aquilo que você deve ter por dentro. E sou invisível. Empresto minha alma a essas filhas da natureza. Ofereço-me como a mais linda para adornar seu cabelo.

Apareça, já!

Deixe-me abraçar-te, Ma Soeur.

E se não formos reais?

Sim, nós somos. Agora mais do que nunca seremos reais para sempre.


E então eu presenciei o abraço.
Eu pude ouvir seu coração espancando o meu. Malone estava ali, sua mão beirava a minha. Quase desfalecia de nervoso. Evitamos o contao visual. Ele ofegava e parecia cansado, como quem caminha durante muito tempo e sem parar.
Como quem iventa muitas horas para andar. Emanava a grande vontade de descansar e parar de inventar o tempo.

E, então, de repente como num instante suspenso dentre muitos suspensos no ar sequei-lhe uma lagrima. O tempo parou. Malone não se moveu.

E continuamos a rosa sussurrar sua oração no ouvido daquela moça. Alguém por quem Malone não esperava encontrar. Não ali.

A Lorca.

O único que me fez ler o amor a alguém.

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