Quando o encontrei, Malone me disse que oscilava entre a coragem e a covardia. Sabia que jamais poderia deixar-se a si mesmo e essa era sua maior dor. Disse-me que ao contrário de mim, não lhe agradava observar às pessoas.
Contou-me que durante um tempo, certo espaço de tempo que ele não saberia calcular, ela esteve com ele. Porém nem mesmo ela soube entendê-lo. E ela era toda a idéia. A humanização da idéia.
Passou muito tempo só até esquecer-se de que estava só e começou a inventar que via o que via.
Malone falou-me que mesmo sabendo que eu era real, que me olhava, que poderia inclusive me abraçar e que sentia o meu cheiro não poderia afirmar que ele não havia também me inventado. Dizia que a realidade era pura invenção e que ele próprio era uma invenção.
Ele criou-a até o limite de seu amor e ela aceitava suas criações. Era tolerante e seus olhos diziam todas as palavras do mundo.
Em um dado momento parou em um canto da sala. Eu sempre tive que tomar cuidado para não tornar-me surda ao observar-lhe. A música que emanava de suas mãos, que se movimentavam sempre no momento certo, era como a melodia calada que embala a noite tornando-se madrugada. Era como se tivesse um poder sobre mim. Seu olhar perfurou minha alma esgotada pelo desejo mudo e incansável de ouvi-lo. Eu o tocava com o olhar.
Ele imaginou-a mais linda do que jamais seria. Afinal, Malone não conhecia a beleza. A beleza para ele também era uma invenção. Mas isso não importa aqui. Era bela de qualquer maneira, inventada ou não. E eu não poderei dizer mais nada sobre a textura de seu silêncio ao descrevê-la para mim. Pois a intensidade de uma palavra não está em seu significado, mas na pausa que a acompanha antes e depois que a pronunciamos.
Existem determinadas coisas que são. Simplesmente são. Não necessitam adjetivos. Essas são o que podemos chamar reais. Assim pensava Malone ou pelo menos o que eu deduzi que pensava. Ela era.
Ele era. Ele era a minha invenção.
Contou-me que durante um tempo, certo espaço de tempo que ele não saberia calcular, ela esteve com ele. Porém nem mesmo ela soube entendê-lo. E ela era toda a idéia. A humanização da idéia.
Passou muito tempo só até esquecer-se de que estava só e começou a inventar que via o que via.
Malone falou-me que mesmo sabendo que eu era real, que me olhava, que poderia inclusive me abraçar e que sentia o meu cheiro não poderia afirmar que ele não havia também me inventado. Dizia que a realidade era pura invenção e que ele próprio era uma invenção.
Ele criou-a até o limite de seu amor e ela aceitava suas criações. Era tolerante e seus olhos diziam todas as palavras do mundo.
Em um dado momento parou em um canto da sala. Eu sempre tive que tomar cuidado para não tornar-me surda ao observar-lhe. A música que emanava de suas mãos, que se movimentavam sempre no momento certo, era como a melodia calada que embala a noite tornando-se madrugada. Era como se tivesse um poder sobre mim. Seu olhar perfurou minha alma esgotada pelo desejo mudo e incansável de ouvi-lo. Eu o tocava com o olhar.
Ele imaginou-a mais linda do que jamais seria. Afinal, Malone não conhecia a beleza. A beleza para ele também era uma invenção. Mas isso não importa aqui. Era bela de qualquer maneira, inventada ou não. E eu não poderei dizer mais nada sobre a textura de seu silêncio ao descrevê-la para mim. Pois a intensidade de uma palavra não está em seu significado, mas na pausa que a acompanha antes e depois que a pronunciamos.
Existem determinadas coisas que são. Simplesmente são. Não necessitam adjetivos. Essas são o que podemos chamar reais. Assim pensava Malone ou pelo menos o que eu deduzi que pensava. Ela era.
Ele era. Ele era a minha invenção.
A você, que hoje me fez bem. Obrigada
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