domingo, 19 de abril de 2009

O Fingidor

Ai
que prazer

Não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
Como tem tempo, não tem pressa…
Livros são papéis pintados com tinta.

Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.

Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças…

Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto

É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca…

Jorge Madeira - O personagem dentro do Fingidor.

Fingimos ser muitas Pessoas mas não podemos fingir aquilo que realmente somos. E quando finalmente compreendermos que Ser é algo que foge de nosso controle, então tentamos fingir que vivemos e que somos nós mesmos.

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A uma amiga, uma rosa que te lembrou a mim.

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